As histórias que vamos lendo, são como um fio que cose a nossa própria história.
Associamos livros a lugares, personagens a fases, frases a acontecimentos.
Associamos livros a lugares, personagens a fases, frases a acontecimentos.
Na última viagem que fiz, esta frase de W. G. Sebald ficou a ressoar: "(...) ainda hoje há algo de ilusionista e ilusório na relação com o tempo e o espaço quando viajamos e é por isso que, de cada vez que regressamos, não temos bem a certeza de termos realmente estado fora."
Quando viajo gosto de trazer um livro desse lugar. Desta vez trouxe de Amsterdão um livrinho minúsculo, de 1958, escrito por um inglês, mas que conta uma historieta passada nos Países Baixos.
A clássica história da vontade de se sair de onde se está para conhecer o mundo. Aqui mais ou menos por acidente e na personagem de uma vaca. E, nos entretantos, somos levados como num passeio turístico pela Holanda.
Por vezes comentam comigo que hoje em dia há livros infantis incríveis, que ilustrações maravilhosas, mas que por vezes é difícil encontrar uma boa história com uma narrativa clássica.
Precisamos do "era uma vez", da aventura, como do pão para a boca, como precisamos de, de vez em quando, sair do lugar onde estamos, de quebrar a rotina, de ver mundo para conseguirmos olhar para ele de maneiras novas.
Tal como Hendrika, também nós andámos de barco pelos canais, abalroados por uma regata de enormes barcos a remos, recebendo impropérios dos remadores apressados. Também nós pudemos ver as bonitas fachadas, o movimento das bicicletas, as montras, os museus, os mercados e os queijos.
Hendrika, a vaca holandesa, acaba por viver uma grande aventura com final feliz — de volta ao mesmo lugar — mas transformada.
Viajar é exatamente isso e é tão bom.
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Egmont Books, 2004 (1ª edição: 1958)
Phyllis Krasilovsky texto, Peter Pier ilustrações
isbn 9781405212243
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