Se a primeira página abre espaço à primeira grande pergunta filosófica das nossas vidas (primeiro o ovo ou a galinha?), na segunda deparamo-nos com a coexistência de palavras mesmo difíceis (úbere) e outras mesmo infantis maminhas).
E, se primeiro parece ser um livro sobre o que nos dá a natureza, depressa se torna muito mais complexo. Porque somos Homens, a Natureza não nos chega apenas tal e qual como é. Gostamos de transformar o mundo.
Aquilo que vemos alarga-nos o universo. Já dizia o poeta FP, "Sou do tamanho do que vejo".
Quando somos pequenos, o que queremos realmente saber? Qual é o tamanho do nosso mundo?
A graça deste livro é que o seu conceito não é nada linear. A ideia, parece-me, foi pensar no universo de um miúdo de 4 ou 5 anos tentar perceber o que faz parte dele. E dele fazem parte coisas muito misturadas o leite e o pão, mas também a bola e a bicicleta — e o bolo de chocolate.
Ou seja, comer, vestir, brincar e dormir. Coisas simples e altamente complexas.
Obrigatoriamente temos de saltar de coisas que são apenas elas próprias, para outras que são compostas por vários materiais. Inclusivamente, há coisas que aparecem como protagonistas nas primeiras páginas que depois se tornam atores secundários nas páginas mais à frente.
A escola está a começar e o mundo abre-se mais um pouco para cada miúdo que sai de casa e passa muito tempo fora. Um tempo de muitas perguntas, sede de respostas e um lugar de imaginação. Espera-se.
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Lilliput, 2022
Anne-Sophie Baumann texto, Claire Garralon ilustrações
isbn 9789896233457
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