O R teima em acreditar no Pai Natal e foi munido de uma régua para verificar o posicionamento da sineta antes e depois da chegada dos presentes. Desconfia que o B, que este ano ficou no "lado dos adultos", o tenha fintado. Mas a sua vontade em continuar a acreditar na magia, mantém-se firme.
Eu, na dúvida, também escrevi uma carta de desejos e este livro estava no meu sapatinho na noite de Natal. Tinha pensado que era um bom livro para fechar o ano. Mas andei entretida a fazer o nosso postal de Boas Festas, com a revista do ano em imagens, de modo que aqui vem ele hoje a abrir o ano.
O dia mais curto corresponde à noite mas longa e há uma sensação de atravessamento lento e obscuro nestes tempos sombrios que vivemos.
Da Carson Ellis, autora canadiana sediada nos EUA, temos um livro maravilhoso em português e secundo O palácio da lua no desejo de também editem em português este.
Carson parece ser uma mulher incrível, generosa e singular, e é uma ilustradora de mão cheia.
É ela que oferece as imagens a este poema de Susan Cooper, de 1974. O livro é um poema ilustrado. Começa, aliás, com o silêncio das suas imagens mágicas.
As autoras trabalharam juntas por carta, numa espécie de teletrabalho e o resultado está à vista.
O mundo de Carson é encantado, com um toque de estranheza. Como a quinta em que vive com os seus lamas. Perfeito para mostrar o poder mágico que Susan perpetuou neste poema tradicionalmente lido do solstício de inverno, que acabámos de atravessar.
Janeiro é um mês difícil, mas em que o crescimento dos dias é um símbolo permanente de esperança para a chegada da luz que o dia mais curto celebra.
O ano morreu e a festa da luz e do desejo de paz coincide em várias culturas e religiões num desejo universal de renovação e vida..
O ano morreu e, sejamos realistas, a pandemia não.
O bom de passar dois dias a ver e escolher fotografias é que ficamos com a noção do privilégio que temos. E que, bem vistas as coisas, foi um ano difícil, claro, mas cheio de maravilhas e possibilidades.
Já cá estamos noutro que vem exatamente igual, ou seja, com possibilidade de ser aquilo que fizermos dele — nas condições que tivermos. Bom ano novo!
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Candlewick, 2019
Susan Cooper texto, Carson Ellis ilustração
isbn 9780763686987
Que livro maravilhoso! Este Natal ofereci-me o Home, da mesma autora :)
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