Nunca li nenhum livro da Margaret Atwood.
Nos podcasts da New Yorker gosto de a ouvir escolher histórias de outros para ler (com a magnífica anfitriã Deborah Treisman, a editora com uma voz deliciosamente radiofónica), mas nunca peguei num livro seu.
Acabei agora as 300 e tal páginas do Two much happyness da sua conterrânea Alice Munro e ando meio perdida: que livro se pode seguir a um livrão destes?
Pareço ter uma certo gosto pelas autoras canadianas (uma outra que descobri há poucos anos e que me encheu as medidas foi Mavis Gallant). E também pelas árvores do Canadá. Nunca vi mais bonitas.
De maneira que nem queria acreditar quando percebi que a Ponto de Fuga tinha editado um livro para crianças escrito e ilustrado pela Margaret Atwood.
É um livrinho de 1978, com um ar um pouco "primitivo", como diz a própria autora.
Remonta aos primórdios da edição de literatura infantil no Canadá e a própria autora tratou de toda a parte gráfica, incluíndo as letras manuscritas, para conseguir, junto com o uso de apenas duas cores (o castanho é a soma do vermelho com o azul), não encarecer demasiado a edição.
No outro dia aconselhei um livrinho para o miúdo de 4 anos que começou a juntar alguns sons e sílabas.
Este parece-me bem divertido para quem começa a juntar palavras em frases.
E também para quem já domina um pouco de inglês, porque a edição é bilingue.
Ou para quem achará graça a esta pérola que a Ponto de fuga nos foi desencatar. Eu acho!
A simplicidade e a singeleza fazem lembrar-me os desenhos da minha mãe. E hoje, que festejamos o dia de Nossa Senhora Mãe, gosto muito de o pôr aqui.
Nunca li Margaret Atwood. Até hoje — digo! Dia em que me lembrei de perguntar ao B, 16, se não tinha comprado um livro dela na Feira do Livro. E sim.
De modo que já lho pedi emprestado para me enroscar no sofá com uma manta e leeeeer. Melhor do que ter um livro para ler e não o fazer, só mesmo tê-lo e lê-lo!
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No alto da árvorePonto de Fuga, 2020 (1ª ed. 1978)
Margaret Atwood
isbn 9789898881335
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