Hoje, não é só o dia do meu aniversário, mas também o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, pelo que trago aqui produção nacional de alta qualidade, para assinalar as efemérides. Vai direitinho para uma das minhas etiquetas preferidas: amigo da sabedoria.
Há dias mais propícios a pensar sobre a vida e o dia de aniversário é um deles. Por isso, acompanhem-me.
Para que serve a vida? (Vamos então ver se este manual de filosofia me dá hoje alguma ajuda.)
Ponto Um: Há coisas que nós sabemos para que servem.
Ponto Dois: Há coisas que são para aquilo que servem.
Ponto Três: Há coisas que servem para muita coisa.
Ponto Quatro: Há coisas que servem para o que nunca pensaram servir.
Hum... sim, confere.
Mas, como tenho tendência para pensar demais, talvez seja de perguntar Para que serve perguntar para que serve a vida?
Ponto Um: Para dar existência à coisa.
Ponto Dois: Para saber o que a coisa é.
Pois, isso mesmo!
Correm por aí duas correntes, duas utopias (de que já me tinha apercebido e que têm ocupado grande tempo e espaço na minha cabeça), mas que ouvi sistematizadas aqui: há os que querem desesperadamente regressar ao que era e os que querem — também desesperadamente — não regressar ao que era. Não para ser radical e voltar tudo à idade das cavernas, mas porque é urgente ir para um outro lugar de uma outra maneira.
Os que — e eu incluo-me furiosamente neste grupo — lhes parece que, este tempo tramado, é, na verdade, uma oportunidade única de redenção da humanidade, em geral, e do Homem, em particular. E que será criminoso não a aproveitar. A oportunidade é-nos oferecida de uma forma brutal, inesperada (ou talvez não) e disfarçada de problema. E é difícil. Mas a mudança tem, claro, de começar em cada um de nós. Eu, estou pronta.
A par de todas as notícias e imagens de sofrimento, medo e solidão, vêm também as de beleza, superação e generosidade. A Terra, antes sufocada, dá mostras de respirar em todo o seu esplendor. E a humanidade, já antes confinada sem se aperceber, levanta vários véu pesados e opacos e mostra-se capaz e disposta a mudar.
A abertura começou. Ah sim?... Desta vez sairemos à rua de máscara sobre o rosto. Mas talvez já antes a usássemos, mais ou menos invisível.
Para que serve tudo isto? O vírus ataca-nos em forma de pergunta e a resposta está neste livro (nas suas palavras e imagens magníficas e desconcertantes) e em cada um de nós: tem de servir para alguma coisa.
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Para que serve?
Planeta Tangerina, 2020
José Maria Vieira Mendes texto, Madalena Matoso ilustrações
isbn 9789898145987
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