Mergulhámos em tudo quanto é água, este verão:
mar do norte
mar do sul
mar Mediterrâneo,
tanque,
rio,
barragem,
mangueira,
piscina.
Há águas mais difíceis do que outras, para mergulhar: ou porque são mais frias, ou mais turvas, ou pelos outros mergulhadores que partilham connosco os salpicos.
Vimos peixe-agulha, cardumes de peixes pequeninos que não sabemos nomear, conquilhas, muito poucas conchas, demasiadas algas, um caranguejo-azul, muitas pedras muito bonitas, medusas e rãs.
Sentimos as algas, no mar, no rio, no tanque e na barragem. Na piscina, onde tudo é mais acético, os miúdos inventaram jogos sem fronteiras para fazer ondas e agitar as águas.
NestA piscina de JiHyeon Lee cabe todo um universo, cabem umas férias inteiras.
É bom olhar para ela.
Quando reabri hoje o livro dei de caras com esta página que me pareceu a imagem justa para o que sinto neste embate com a cidade:
Apetece
voltar para trás no livro, fazer inversão de marcha ao carro e
voltar para onde há mais espaço em branco, mais silêncio, mais espaço de possibilidade.
Encontrar o nosso lugar, o nosso ponto de equilíbrio, o espaço da nossa página em branco é fácil durante as férias. Depois é que são elas.
Neste, sempre difícil, retorno à cidade ajuda-nos a lembrar que é
possível criar sonhos debaixo de aparentes pesadelos.
Que, por entre o
calor que ainda teima em apertar, é possível guardar a frescura
cristalina do fim de um mergulho. E acreditar que o melhor ainda está para vir!
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A piscina
Orfeu Mini, 2019
JiHyeon Lee
isbn 9789898868497
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