Só conheci este (O) vencedor na semana passada, de maneira que não o incluí na lista de candidatos ao pacote™ eleitoral. Mas hoje, dia de eleições europeias, não resisto a pô-lo nesta montra.
Quando o lemos, lembrámo-nos imediatamente destes loucos arquitetos e também da menina-sombra. E também me lembrei da história do casal que se sentava na mesa um ao lado do outro em vez do tradicional tête-à-tête para que pudessem olhar os dois para o mesmo caminho em vez de direções opostas.
Todo o Homem tem em si o bicho da competição. Uns mais que
outros, é certo. Mas todos gostam de vencer, mesmo quando não apreciam a
competição.
Esta parábola silenciosa é um belíssimo recado para os políticos que a partir de hoje irão decidir o futuro deste novíssimo velho continente.
Encontro, nesta historieta, a grande história da humanidade: um momento
primordial — uma espécie de pecado original —, os bíblicos Adão e Eva que
se dão conta de estarem nus (ou de cuecas cor-de-rosa ou azuis...).
Depois as máscaras com que se cobrem e que depressa se transformam em bandeiras e armaduras de guerra — mais os artifícios que escolhem para vencer o outro.
Finalmente o momento em que
atravessam a fronteira, a dobra da página, o vinco do mundo; o momento
em que ultrapassam o limite.
Que possamos impedir-nos de criar monstros incontroláveis que, no final
de contas, não servirão a ninguém e nos engolirão a todos.
Cor de rosa ou azul, será na diversidade que conseguiremos desenhar e construir uma Europa mais justa, um lugar de orgulho e de futuro para todos.
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O vencedor
Bruaá, 2019
Kjell Ringi
isbn 9789898166388
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