A natureza não faz selfies.
E
como a natureza não faz selfies uma miúda (e mais umas 30 pessoas, 40 países, muitos anos, etc, etc)
arranjaram 8 telescópios e um algoritmo para fotografar um buraco negro,
viram?
Explicam-nos depois que não é bem uma fotografia, no sentido clássico de uma impressão de luz, e sim a visualização de um conjunto de dados. Até porque um buraco negro não tem luz, logo não é fotografável. E depois? É incrível na mesma. Entusiasmante e com aquele cheiro bom a Futuro.
Bernardo
P. Carvalho não fotografou um buraco negro, mas foi ali tirar uma chapa entre as ondas, onde gosta de andar.
Deu cara e voz aos quatro elementos&cia para criar
este episódio que, imagino, se passe ali algures no meio do Atlântico,
naquele cantinho de paraíso a que chamamos Açores. Se bem que haja um
iceberguinho...
Uma erupção vulcânica é uma montanha com uma indigestão, pois claro. E, o arco-íris, a maquilhagem — um pouco espampanante, talvez — que a floresta põe para a fotografia.
O vento, transparente, tem questões de autoconfiança e o sol forte tem sempre a nuvem a fazer-lhe sombra. Literalmente.
As personagens alinham-se ali no meio do mar e podemos assistir a este diálogo de gigantes. Mas não é que estes supostos "gigantes da natureza" se revelam uns miudinhos vaidosos a fazer poses para a selfie?? Clic-clac!
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Banana!
Planeta Tangerina, 2019
Bernardo P. Carvalho
isbn 9789898145918
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