Este pequeno grande livro chegou mesmo a tempo de mais uma (re)estreia no Lu.Ca:
Eu sou Eu sei foi
direitinho para a seleção que fiz para o espetáculo do Teatro Praga (em
cena no domingo passado e no próximo fim-de-semana com bilhetes grátis
para quem os marcar), Hamlet sou eu.
Hamlet
é a peça das peças, o teatro dentro do teatro, a vida (e a morte) em
palco. Mesmo quem nunca leu a peça (de 4 mil linhas!?) ou assistiu a uma
encenação conhece de cor deixas famosas como Ser ou não ser, eis a questão e Palavras, palavras, palavras.
Então Eu sou Eu sei são só palavras, palavras, palavras ou não? Este livro (em que se brinca mesmo com
as palavras), se lido com Hamlet na cabeça passa a ser sobre Hamlet. Ora vejam: "Eu sou, eu sei, eu dou, eu rei, eu com, eu sem, eu vou, eu
nem, eu vim, eu vi, eu fiz, eu quis".
E pronto, zás-pás-trás, eis o resumo de 4 mil linhas shakespearianas!
Mas mesmo quem não ler este livro à luz de Hamlet encontrará
também — de certeza — um livro sobre aprender a existir: a ser, a ver, a
ler, a falar, a olhar, a viver, a conviver.
Eu sou Eu sei é composto por uma série de duplas, na escrita e na
ilustração, num ritmo apenas interrompido por pequenas variações, que deixam respirar das
rimas ou dos dípticos mais diretos.
Ler este livro é como cantar uma
canção, folheá-lo é como ver um filme.
Um livro para bebés? Talvez sim, mas arriscaria a dizer que é o primeiro livro de filosofia para bebés.
Uma
espécie de dicionário (daqueles feitos para os mais pequeninos
reconhecerem os objetos do quotidiano) só que sobre a velha dupla
ser/estar, que desde sempre inquieta o Homem. Sim, só sei que nada sei.
Por isso, atenção bebés, vamos a filosofar! — porque ser é que é a questão.
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Eu sou Eu sei
Planeta Tangerina, 2018
Ana Pessoa texto, Madalena Matoso ilustrações
isbn 978989814588
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