Cá em casa brinca-se muito com as palavras. Brinca-se como se brinca com as peças dum jogo.
É o pai quem lidera, mas obviamente a coisa pega-se e os miúdos estão a ficar exímios no modo como fazem malabarismos com as palavras. Ainda não aproveitam esta destreza nos textos, mas no despique oral já dão cartas.
Quando trouxe para casa este livro emprestado, todos disseram: mamão-papaia!
O livro é francês e a brincadeira aqui faz-se com manga e papaia, mas cá por casa o trocadilho já existia com mamão para mãe e papaia para pai.
Talvez por isso tenham comentado o livro com grande entusiasmo, tal como eu o cravei para o pôr aqui na prateleira a assinalar do Dia da Mãe.
Os livros existem em separado também, o livro Mamangue e o livro Papaye. Mas porque não há mãe sem pai, nem mãe sem filho, este livro tem duas capas, dois começos, duas histórias, mas é um só livro e assim, sim, faz mesmo sentido.
Um quadrado branco com uma fruta de cada lado em que as páginas cortadas às fatias lá dentro deixam perceber do lado da manga uma barriga a crescer
e do lado da papaia um embrião a desenvolver-se.
Um livro sobre a vida, para manusear com cuidado, claro.
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Papaye et Mamangue
Chandeigne, 2012
Lydia Gaudin Chakrabarty
isbn 9782915540925
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