Há uns dias um amigo defendeu a sua tese sobre o caderno como oficina de excelência: o caderno como lugar de experiência, as folhas em branco como espaço de liberdade.
Quando estava sentada novamente na sala de Belas Artes a ouvi-lo, lembrei-me imediatamente deste Desenho livre. Aqui as folhas não estão em branco, são a preto&branco e não é um caderno, é um livro. Só que não.
É que o preto&branco destas páginas — que vai evocando tantos gestos e tantas cores —,
funciona como provocação a este espaço de liberdade; e, se quisermos, podemos transformar este livro num caderno, participando na sua construção, na sua personalização.
Se eu fosse o autor, muito gostaria de os ver depois de riscados, pintados, rasgados. Todos iguais à saída da gráfica, todos diferentes à entrada dos gestos e escolhas de cada um.
Desenhamos menos em família, este ano. Tenho pena. À medida que vão crescendo, as solicitações exteriores aumentam e, mesmo tendo miúdos caseiros, o tempo parece que encolhe. Quando desenhamos, o tempo parece que pára e é tão bom ouvir esse silêncio tão específico.
Temos um projeto de família adiado há várias férias — vários anos, mesmo... —, e não há de passar deste Natal. Continua na lista de coisas que queremos fazer, afixada ali à vista de todos; por isso, mesmo que quisesse, o R não ia deixar passar, muito menos quando vir estas páginas:
vamos fazer uma bandeira de família. Um velho sonho nosso. Já desenhámos várias ideias e estamos quase a chegar a um consenso. As maquetes vão mesmo ser feitas aqui, já se vê.
É um destes livros, ou cadernos, que vou sortear e enviar como bónus de Black Friday a uma das subscrições feitas durante o dia de hoje (até à meia-noite) no pacote™de Natal*.
Com provocações destas, para quê adiar?
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Desenho livre
Planeta Tangerina, 2017
Andrés Sandoval
isbn 9789898145840
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