E nem de propósito, vem-nos parar uma baleia à banheira. (Eu disse que não ia estragar o final do outro livro mas a vida é assim e uma coisa leva a outra....)
Este é uma novidade e quando o folheei tive a sensação boa de estar a ver alguma coisa de totalmente nova, ao mesmo tempo que encontrei lugares antigos: não consigo deixar de ver esta baleia como uma mistura muito feliz entre O tubarão na banheira e o Perdido e achado: tubarões, pinguins, baleias e meninos; histórias de solidão e de encontro.
As ilustrações são muito boas — a casa faz as minhas delícias — e têm a qualidade rara de tratarem o mundo duma forma realista, ao mesmo tempo que o desenho é assumido como desenho, ilustração, síntese e não com pretensões fotográficas.
Recentemente lembrei-me de um ritual que tinha com eles quando eram mais pequenos porque, há uns dias, quando entrou em casa, o B deu de caras com um livro novo que parecia plantado ali para ele o ver. Não o tinha feito de propósito, mas a cara de felicidade dele fez-me querer repetir a graça.
De modo que hoje, depois de chegarmos do jardim onde fomos dar uns toques de bola para dizer bem vindo! ao sol, fui observando.
E assim foi. O B tinha chegado antes de nós e já o tinha lido, pois claro. Lembrou-se "daquele do pinguim" e duvidou que o autor se chamasse mesmo Benji, que é um dos nomes que lhe damos.
O R já conseguiu ler ba-le-i-a (assim mesmo, sem ditongos e porque em baixo estava uma baleia, pois
claro) e foi sorrindo, cúmplice, porque havia uma baleia na banheira,
como no outro livro, e porque no fim estavam um menino e o seu pai, uma
baleia e a sua mãe (baleias são sempre as mães, aparentemente) e também um miúdo com a
sua mãe, ali, a ler uma história no chão, depois do banho.
É engraçado como lemos um livro de maneira diferente quando o lemos para nós ou quando o
lemos para outra pessoa. A meio da história o R perguntou pelo pai do
Noé; julgo que achou estranho que o miúdo estivesse tanto tempo sozinho (são só umas páginas, mas como se percebe a passagem do tempo). Só aí reparei que o pai, desde que se apercebe que o filho
se sente sozinho, nunca mais sai das páginas do livro.
Depois voltámos a ler tudo outra vez, pois claro, e só à segunda encontrámos os seis gatos anunciados logo no início da história. Vitória.
O T andou distraído, de maneira que amanhã lhe vou perguntar se não reparou numa baleia na cama.
Se bem o conheço, vai adorar a graça.
....................................................................................................
A baleia
Benji Davies
Orfeu Mini, 2016
EAN 9789898327635
hmm
ResponderEliminarRecentemente lembrei-me de um ritual que tinha com eles quando eram mais pequenos porque, há uns dias, quando entrou em casa, o B deu de caras com um livro novo que parecia plantado ali para ele o ver. Não o tinha feito de propósito, mas a cara de felicidade dele fez-me querer repetir a graça.
ResponderEliminarDe modo que hoje, depois de chegarmos do jardim onde fomos dar uns toques de bola para dizer bem vindo! ao sol, fui observando.
Read more at cua nhua cao cap