E a minha cabeça é feita de fatia de piza de mirtilos.
Aviso: se a ideia com a história é criarem um momento de calma antes de dormir, NÃO LEIAM ESTE LIVRO.
Pois, eu caí na tentação e não só tive de o ler duas vezes, como agora é o livro de todos os dias e ainda o vão levar para a escola. Menos mau, pode ser que me safe. O livro sem bonecos tem de ser obviamente apresentado por alguém que leia. E a minha luta diária para que o R leia o livro antes de eu o ir ler (as imagens também se lêem, digo eu), aqui não faz obviamente sentido.
Há muito tempo que não os ouvia rir tanto com um livro. Também eu, que sou de gargalhada difícil, estou absolutamente rendida. Praticamente mandaram a casa abaixo e hoje, depois da primeira leitura do pai, o T resolveu ser ele a lê-la alto. E que orgulho!
Da sala, a engolir o jantar depois duma reunião tardia, ouvi o filho do meio a ler ao filho mais novo como um senhor: a entoação, as inflexões, a expressão, as pausas.
A certa altura tive de mandar baixar ligeiramente o volume, porque a coisa tomava proporções épicas — é um livro épico — mas, debaixo do meu papel politicamente correto de mãe que proporciona um ambiente calmo antes de dormir,
ri-me para dentro e sorri por fora com o teatro radiofónico que me ofereceram ao jantar, o do T a ler e o do R a rir.
Basicamente, O livro sem bonecos é um texto onde quem lê vê-se obrigado a reproduzir sons, palavras, canções que na verdade não quer. O livro vai variando o grafismo entre o que é suposto ler como quem lê a história à criancinha e aquilo que supostamente estamos a pensar (comentado alto) ao ler o livro. É hilariante, só visto — lido —perdão, e cantado e dito.
Combinámos que amanhã é o B, de cognome O Sério, a lê-lo, ele que andou estas duas noites a tratar de outras coisas importantes, como será que se dará com o ridículo?
........................................................... O livro sem bonecos
Editorial Presença, 2015
B.J.Novak
isbn 9789722356411
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