Não levo
os miúdos a mil espetáculos: escolho 3 ou 4 por ano e tento acertar nos
mesmo bons. E também tento escolher os que encaixem nas idades que por
aqui andam para podermos ir todos. Às vezes calham em semanas seguidas e às vezes são mesmo bons, como o de hoje, que acaba amanhã (8). Não é um livro, não é um jogo, não é um filme, é isso tudo ao mesmo tempo e por isso cabe muito bem nesta prateleira.
Misturar
três mulheres como a Isabel Minhós Martins, a Lourdes Castro e a Leonor
Keil fazia elevar as espetativas, o que é normalmente um grande erro.Mas afinal a aposta foi certeira. (Para quem não sabe, os braços da Leonor a mexer seriam por si só o garante de um bom espetáculo.)
Mas não é só isso: está lá o texto da Isabel, que sabem meio de cor (esta parte não está no livro!?...), e as sombras da Lourdes — reeinventadas numa espécie de gigantesco iPad—, com aquele fascínio milenar que atravessa o mundo, como o sol, do oriente para o ocidente.
Há momentos cómicos, há momentos de narração, há momentos simbólicos; mas há principalmente um movimento permanente de beleza e de sonho que fez o mais pequeno perguntar São mesmo à séria?
São mesmo a sério, sim, porque é um espetáculo infantil construído para crianças — gente que pensa, que vê, que ouve, que interroga — sem paternalismos bacocos.
Não é um espetáculo perfeito, não há espetáculos perfeitos. Mas meia hora destas vale mais que mil lições.
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Miraginava
JOANA PROVIDÊNCIA E LEONOR KEIL
Sala Principal do Teatro Maria Matos, Lisboa
CRIANÇAS E JOVENS
5 a 8 março 2015 / semana: 10h / sábado: 16h30 / domingo: 11h e 16h30
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