Já deram conta que o mundo cresceu? Têm olhado para ele, ultimamente?
Por aqui a versão pequena anda muitas vezes na mala, para o restaurante, para o consultório ou para a missa. Um livro de mil histórias, de perto e de longe para aprender a ver o mundo, de perspetivas surpreendentes.
Crescer é isso mesmo, ver o mundo a aumentar das saias da mãe para casa do vizinho, até passar a andar na rua sozinho.
Crescer é aprender que o mundo está lá a toda a hora, mesmo quando estamos a dormir.
Que há sempre pessoas que tem mais e outras que têm menos que nós. Que enquanto estamos felizes, há concerteza alguém triste, exatamente ao mesmo tempo.
Aprender a ver o mundo é ler a secção desportiva do jornal e, no ano seguinte, ler o Diário Económico.
Aprender a ver o mundo é um ficar de boca aberta com a história da bomba atómica e abrir ainda mais a boca, depois, para dizer que nunca mais devia haver outra. Aprender a ver o mundo é o outro saber contar à mãe que o Irão parece mostrar agora alguma abertura.
É tirar as grades da cama e não cair.
É poder escolher o livro que vamos ler a seguir.
Aprender a ver o mundo é ficar espantado com o que ficou depois da passagem das máquinas,
apanhar muito muito e sonhar com ketchup caseiro para levar para o almoço da escola.
É aprender, fazendo, que as coisas podem nascer das nossa mãos, que nem tudo se compra, que o lixo pode não ser lixo, que se pode fazer diferente, melhor.
Não acontece num segundo, claro, mas vai acontecendo um bocadinho todos os segundos.
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O mundo num segundo
Planeta tangerina, 2008/2013
Isabel Minhós Martins texto, Bernardo Carvalho ilustração
isbn 9789898145024
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