Comecemos pelo que não há: um postal nesta prateleira há mais de 3 meses.
Depois pelo que não houve: os livros que pusemos no sapatinho, as novidades de inverno, os que apareceram entretanto na prateleira-um-bocadinho-menos-de-baixo.
Passemos para o que houve: demasiadas maleitas, demasiada chuva, demasiado trabalho, demasiado stress e o 4º aniversário da prateleira sem comemoração.
O Luky Luke à 4ª feira tem sido um dos pontos altos da semana para todos.O B anda em altos voos, e depois do Tom Swayer está a acabar As aventuras de Hucklebery Finn. Lê e relê a Bíblia para crianças e as Respostas às perguntas que nunca fizeste. Tem milhões de factos na cabeça, faz perguntas a que não sei responder e ensina-me mil coisas.
O T anda entusiasmadíssimo com as BDs e lê os Astérix pela ordem de números. Ainda em voz alta, mas cada vez mais baixo. Vou-me lembrando dos livros gostava que lhe lessem e passo-lhos de vez em quando para ele os ler sozinho. Fica feliz e orgulhoso.
O R imita os irmãos em tudo e, à noite, quando vamos apagar a luz, também pede: é só acabar a página!
E finalmente passemos ao que interessa:
Um postal para abrir a primavera no dia em que recebemos uma notícia de orgulho nacional! - e nós sem luz para tirar fotografias condignas...
Este que veio para o sapatinho do R, ficou na quinta todos estes meses, e agora regressamos a ele com olhos de novidade.
(A página preferida do R, por razões bem à vista!)
O que há é um livro maravilhoso super-hiper-contemporâneo e ao mesmo tempo brutalmente vintage: o melhor de dois mundos.
O papel, as páginas de cantos arredondados, a economia de cores, a explosão dos desenhos, os jogos dentro dos jogos, as leituras dentro das leituras.
É ao mesmo tempo reconfortante e perturbador saber que as mães guardam lenços ranhosos e que nunca sabem do telemóvel; que há iogurtes fora do prazo no frigorífico ao mesmo tempo que não há mais nada o que comer no frigorífico; que a gaveta da entrada e o bolso do impermeável são uma espécie de recycle bin onde podemos ir encontrar o que julgámos perdido para sempre e que o saco de praia da avó é suficientemente parecido com a mala da mãe.
E é maravilhoso saber que, ao pé da minha antiga escola primária, existe uma casa onde belas portuguesas pessoas continuam a inventar objetos destes, com mil leituras e jogos, que entretêm e fazem pensar e são mesmo, mesmo bons, bonitos e novos.Parabéns, Planeta Tangerina!
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O que há
Planeta Tangerina, 2012
texto Isabel Minhós Martins, ilustrações Madalena Matoso
isbn 9789898145499
oferecido!
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