Já há muito tempo que não jogamos Dixit, o jogo que nos acompanhou todas - a sério, todas - as noites de verão na quinta. E ninguém se fartava, nem grandes, nem pequenos.
Um tabuleiro com 30 casas e um coelho para cada um; seis cartas na mão e um cartão de voto.
O primeiro olha para as suas cartas e escolhe uma frase que não seja
nem demasiado óbvia, nem totalmente obscura para que algumas pessoas,
mas não todas, adivinhem qual é a carta para aquela legenda ou título ou
pensamento.
Quando se decide a frase diz-se em voz alta e
põe-se a carta virada para baixo; os outros jogadores olham para as suas
cartas e decidem qual das suas cartas melhor recebe como legenda,
título ou pensamento essa frase; mas de uma forma nem demasiado óbvia,
nem totalmente obscura...
Depois, todos ao mesmo tempo, exceto o narrador - o que diz a frase - votam naquela que consideram ser a carta certa. Quem acerta ganha pontos - e anda casas, quem tem a sua carta escolhida também recebe pontos - e anda casas. Se não acertar na carta, se não votarem na sua, se toda a gente votar na sua enquanto narrador, não ganha pontos - e não anda casas.
As
frases que saem são loucas porque as cartas também o são: ilustrações
que permitem imensas leituras, pontos de vista, cheias de pormenores e
reviravoltas.
Dentro de cada uma delas, mil e uma histórias.
Cada um joga com a idade que tem e com o feitio que tem, de modo que, passado um tempo, começa-se a perceber
que aquela pessoa nunca diria aquela frase para aquela ilustração. Os
mais pequenos passam rapidamente de frases totalmente óbvias para outras absurdamente obscuras e rebuscadas. E de repente os dias ficam inundados de Tenho uma frase excelente para o Dixit, a propósito de tudo e de nada.
O Dixit 2 e 3, permitem que, viciados como nós, possam alargar o número
de cartas e acabar com a batota que, por tanto jogar, nos permite logo que ouvimos a frase já sabermos a que carta é que ela corresponde.
E é por isto que o T
aprendeu bem cedo (ainda com quatro anos gostava de jogar acompanhado, agora faz gala de atirar, sozinho, frases bomba!) os conceitos de óbvio e de obscuro. As palavras óbvio e
obviamente tornaram-se - são-o ainda hoje - duas das suas palavras
preferidas: T, beterraba ou couves? - Beterraba Mãe, obviamente...
Dah.
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