Luxo não é pequeno-almoço na cama; luxo é pequeno-almoço na (e da) horta.
Luxo não são sapatos Patrick Cox; luxo é andar descalço o dia inteiro.
Luxo não é a casa do Bruce Wayne; luxo é ter um morcego a entrar em casa.
Luxo não é adormecer ao som de música clássica; luxo é adormecer a ouvir os passarinhos, a água e os sinos.
Luxo não é sopa de beldroegas; luxo é ter beldroegas como ervas daninhas.
Luxo não são flores na jarra; luxo são flores por todo o lado e salsa a crescer entre os degraus.
Luxo não é uma prateleira-de-baixo cheia; luxo é uma prateleira diferente da nossa com livros a que voltamos sempre nas férias.
Este é um deles: primeiro era só para ver cavaleiros e castelos, agora para devorar e ficar doutorado em História de Portugal.
Antes de virmos para o campo, leu de empreitada a colecção "Era uma vez um Rei" em casa dos outros avós. O comentário foi:
"E depois de tanta guerra só ficámos com este rectângulo minúsculo?!"
Agora, à sesta, é este o livro que o acompanha enquanto os irmãos dormem duas, três horas.
Depois voltam ao futebol, ao basquete, ao ping-pong, ao jogo do Sapo (num próximo postal), à caça às rãs (nomeá-las tornou-se uma actividade interessantíssima: Eva, Benjamim, Tubi, Ernesto; para a próxima sugere-se Urraca e um trabalho para uma das sestas é descobrir qual é afinal a diferença entre sapos e rãs)
e à apanha de frutos e legumes que nascem - mesmo -
das árvores e do chão.
De vez enquando comenta: nós (os humanos, portanto) dantes comíamos sem pratos, ou quando chegámos a África também trocámos coisas.
E então, o trava-línguas que está num dos livros de trabalhos que arranjámos para as férias, passa a ser um bocadinho menos difícil de entender:
"A história é uma sucessão sucessiva dos sucessos que sucedem sucessivamente."
Bem, e de insucessos também, mas isso não vem nada agora ao caso.
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