A morte é difícil. Mesmo quando é mais ou menos óbvia ou iminente ou pela ordem natural das coisa, é difícil.
Mas, tal como tudo acaba nesta Terra, também nela tudo começou.
O Big Bang é já bem conhecido por estas paragens mas um dia destes, depois da luz fechada, veio a fatal pergunta pela boca do B: "Mas afinal quem é que é Deus?" Apanhada de surpresa, lá engendrei uma resposta entre Deus-criador e Deus-amor,
nada de muito elaborado, mas enfim, complexo o suficiente para que a resposta categórica (como quem fecha a luz, mesmo) tenha sido "Eu acredito em Jesus, mas em Deus não." Um espírito científico.
Nada fácil também este livro que, nem de propósito, andávamos a ler por estes dias. Na primeira página arrependi-me logo de o estar a ler ao T:
um texto complexo e difícil, uma leitura livre da já livre leitura do começo do Mundo na oratória de Haydn,
por sua vez uma re-leitura do livro do Génesis. Mas lá continuei e espantei-me quando, no dia seguinte, entusiasmado, veio pedir para continuar.
O homenzinho é muitíssimo engraçado, espelho do Homem:
amuado, inquieto, entusiasmado, invejoso, inquiridor, apaixonado, impaciente, exigente, surpreendido; Deus é um bonacheirão, de mãos mágicas
e sorriso calmo, algo malicioso.
A morte é difícil, pois, mas a criação é divertida,
assim parece.
Até já, Avó.
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A Criação
Cosac Naify, 2006
texto Bart Moeyaert, ilustrações Wolf Elbruch
isbn 9788575035542
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