(A proliferação de # nesta prateleira mostra bem a quantidade de postais que vou escrevendo na minha cabeça e que depois tento passar para aqui, não à velocidade que gostaria...)
Este é um ano de emigração: muitos dos nossos amigos foram para fora, por mais ou menos tempo, para mais ou menos longe. Valha-nos os blogues, o skype, os mails.
Em Zurique, uma família de 4 - por enquanto - passeia por entre a neve e as vacas, de tram ou de trenó. Imagino-os como num filme do Tim Burton, rodeados de palavras demasiado grandes, com demasiadas consoantes, ao som do tic-tac dos relógios, por entre rios de chocolate e árvores de canivetes vermelhos em ruas e praças desenhadas por Zumthor ou Herzog.
Os nossos CTTzinhos dizem-me que os correios suíços são dos melhores do mundo (afinal quantas coisas melhores do mundo tem a Suíça?) mas o que é certo é que a nossa carta - cheia de recortes, autocolantes, notícias, perguntas, letras feitas com tanto esforço - não chegou lá e a para Macau chegou.
Se cá estivessem teriam gostado de vir connosco a exposição do Pedro Chorão, a meio caminho entre as nossas casas (para onde vão quando voltarem?) e o padrinho teria gostado tanto como o seu afilhado de se sentar no chão a ver os filmes, as fotografias e as rodas das bicicletas da dupla João Maria Gusmão+Pedro Paiva ali em cima, no Bairro Alto.
Este sábado fomos ver mais pintura e hoje iremos ver fotografias. Pois, andamos a tirar barriga de misérias, como dizia a minha Avó. Já que não dá para cinema...
Se a prateleira-de-baixo fosse uma editora, contratava o Tomás:
é uma perda para o mundo que só tenha ilustrado um livro.
Andersen escreve e ilustra imagens de filigrana;
o Tomás corta e cola um mundo louco e delicado, com imagens que contam tanto e deixam tanto por contar, como fazem as mais belas ilustrações.
Aqui ali e em todo o lado.
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Os contos de Hans Christian Andersen
Ed. Niels Fischer
texto Hans Christian Andersen
ilustração deste volume (O Rouxinol/O Fuzil/O Colarinho Postiço) Tomás Cunha Ferreira
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