Não foi difícil escolher o livro para inaugurar o ano.
Este é um livro tão arrebatador que assenta como uma luva neste dia tão cheio de zeros e uns, tão de começo.
Disse um dia Matisse que os pintores deviam cortar a língua.
É disso que me lembro quando me sento para escrever sobre um livro só de imagens;
deste em particular.
Nada do que me ocorre dizer me parece demasiado urgente, adequado, essencial ou certeiro perante esta sucessão de desenhos deste autor cubano.
Aqui fica um diálogo:
-Já leu o livro novo?
-Não, é muito complicado.
-Mas se não tem uma única palavra!...
-Mesmo assim.
Não estranhou minimamente que o Pai Natal tivesse escolhido para ele um livro sem palavras logo agora que consegue ler.
Passa umas páginas de vez em quando, distraído, entre jogos, pinturas, apanha de limões à luz de lanterna, descoberta de folhas e pedras mistério, e Pantera-Cor-de-Rosa.
Aos dois, preocupa-os Sexta-feira, rodeado pelos maus. E estranham as páginas muito brancas,
de areia,
embora digam logo que é areia.
Não foi difícil escolher este livro para inaugurar o ano porque ele mostra todas as coisas que cada ano reserva de bom e de menos bom. E de como devemos entrar nele bem de frente.
Então, em vez de agora palavrar todas essas coisas,
deixo apenas outras imagens que dizem muito mais do que aquilo que me atreveria a dizer
e corto a língua.
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Robinson Crusoe
Media Vaca, 2008
Alberto Morales Ajubel
isbn 9788493598204
comprado aquiObra vencedora do Prémio Ficção 2009 na Feira do Livro para Crianças de Bolonha
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Da obra que deu origem a esta The Life and strange Surprizing Adventures of Robinson Crusoe of York, Mariner: Who lived Eight and Twenty Years, all alone in an un-inhabited Island on the coast of America, near the Mouth of the Great River of Oroonoque; Having been cast on Shore by Shipwreck, where-in all the Men perished but himself. With An Account how he was at last as strangely deliver'd by Pyrates. Written by Himselfde Daniel Dafoe, 1719
Pegando no pequeno 2010, ao colo, aconchegando-o para que se sinta confortável connosco e queira ficar e crescer, devagarinho, à luz de muitas ilustrações e ao som de muitas histórias. O sabor dos livros continua na prateleira-de-baixo, aquela onde pequenos e grandes guardam os tesouros, os segredos, os desejos. Um ano em chei(r)o para quem faz a prateleira.
ResponderEliminarIrresistível, fui direita ao site da Media Vaca encomendar. Bom ano!
ResponderEliminarmas há aqui mesmo ao pé!! vê no "comprado aqui": é no lg. trindade coelho. há também muitos outros da Media Vaca que se podem folhear e namorar. irresistível mesmo.
ResponderEliminarOlá Sal,
ResponderEliminarBom Ano! Com muitas leituras, assim, que nos interpelem como este RCrusoe, que não tenho mas que não me importaria ;-)
Há outros pontos de venda dos livros pela Media Vaca, que não sendo livros infantis, destinam-se a crianças e a adultos, sem faixa etária estipulada, o que em si mesmo me agrada muitíssimo.
Sem querer publicitar qq livraria, pois a nenhuma pertenço, podemos encontrar este e outros pela MV, na Trama (ao Rato); na B-Shop (CCB); na Poesia Incompleta e, ainda, em algumas Bulhosas (COurique, por ex). Também na livraria Index, no Porto. É só tomar atenção aos preços e comparar - a verdade é que, por vezes, sai mais económico mandar vir directamente da editora, mesmo com os portes de envio incluídos. Tem-me acontecido.
Bom, outra vez, obrigada pela partilha de páginas como estas. Adoramos a sua parteleira e queremos sempre mais.
OLá Sal, já fui ver a fotografia. Está muito gira. Com este frio, as praias vieram-nos à cabeça. 2 fotos parecidas de 2 praias diferentes.
ResponderEliminarBeijinhos, um ano muito bom!
Estava aqui a olhar para as imagens e a pensar: como andam os seus pequenos de música? é que junto com os livros fazem sempre falta bons discos... o nome "Bando dos Gambozinos" diz-vos alguma coisa? se precisarem de ajuda digam. é sempre bom partilhar as coisas bonitas que moram junto a nós e que não andom nos circuitos comerciais.
ResponderEliminarolá Cristina, a música anda muito bem até porque estamos acabados de regressar de um fantástico concerto na Gulbenkian: as mil e uma noites. Entre a colecção dos Beatles que tivemos a (grande!) sorte de receber pelo Natal e que gira-gira até à exaustão, por aqui continua a ouvir-se de tudo (mas não conhecemos o tal bando, vou investigar). de qualquer modo, há uns tempos, escrevi aqui em letras pequeninas, mesmo no fim, o que penso sobre música e crianças: http://prateleira-de-baixo.blogspot.com/2009/04/este-e-o-ciclope-polifemo-e-o-universo.html
ResponderEliminarAqui vai mais um voto para os Gambozinos, vale a pena conhecer :)
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