Hoje morreu João Bénard da Costa: ele é para nós - é, porque continuará a ser, e nós, os que aprendemos a ver cinema na cinemateca - uma espécie de Avô, porque nos contava maravilhosas histórias. Com aquela sua voz especialíssima encantava-nos com as apresentações dos filmes que conhecia como ninguém mas que, principalmente, partilhava como ninguém. Nele, esse saber era verdadeiro saborear e nós saboreavamos com ele. Estas flores são para ele.
A primeira vez que levámos o minorca mais velho ao cinema foi à Cinemateca Júnior. Fomos ver o Peter Pan, seu filme favorito durante muito tempo depois da permanência insistente no top do Alice no País das Maravilhas. Tinha 3 anos. O minorca mais novo foi ver O balãozinho vermelho e o Crina branca, dois lindíssimos filmes dos anos 50, ao IFP. Tinha 2 anos.
Gosto de imaginar que João Bénard da Costa é hoje Pascale, o menino que, no fim do filme, sobe ao céu, suspenso por todos os balões de Paris - por todos os filmes da sua vida. Estes balões são para ele.
......................................................................................
The red ballon/White maneAlbert Lamorisse, 1956
região 2, 70 mn, p/b, cores, PAL
primeiro visto aqui
comprado aqui
[também há um livro]
---------------------------------------------------------------------------------------
47 dias depois da Páscoa comemora-se a ascenção de Jesus ao Céu. No ramo há 5 tipos de plantas, como as 5 chagas de Cristo, com 5 significados (desejos) diferentes: papoila (amor), mal-me-quer (alegria), trigo (pão), rosmaninho (saúde), oliveira (paz); tudo o que precisamos. O rapaz que me vendeu o meu (ainda há coisas a 1€) na esquina na igreja do Loreto tinha um boné dos New York Yankees e, à minha sugestão de que os ramos deveriam estar em água, respondeu que não era preciso porque eram para pôr atrás da porta - será também um espanta-espíritos? Tive pena das flores e cá em casa estão em água.
Lindo!
ResponderEliminar:)
Muito interessante.
ResponderEliminarObrigada!